Quatro escolas de Ensino Médio da cidade já estão recebendo a visita do pessoal da companhia Talagadá – Teatro de Formas Animadas, para o início dos trabalhos da execução do projeto Mostra Estudantil Tropé, que pretende nos próximos sete meses engajar um público estimado em torno de 90 estudantes matriculados no ensino médio destas escolas para um trabalho de aprendizado e desenvolvimento de projetos de teatro popular. Estão no roteiro as escolas Benedito Flores de Azevedo, Elvira Santos de Oliveira, Cândido Moura e Pedro Ferreira Cintra.
Trata-se, conforme revela Danilo Lopes, coordenador geraldo projeto, ao lado de Valner Cintra, coordenador pedagógico, e João Bozzi, coordenador administrativo, da segunda etapa de execução deste projeto, que recebe subvenção da Secretaria de Estado da Cultura do governo paulista em torno de R$ 90 mil, resultado prático dele ter sido selecionado, entre mais de 150 inscrições, no segundo semestre do ano passado como um dos 10 projetos que receberão recursos do Proac (Programa de Ação Cultural) para difusão cultural neste ano de 2014.
O início deste primeiro contato com estudantes que aderiram à idéia, professores e representantes das escolas envolvidas, estava previsto para a noite de ontem, 14, na escola Benedito Flores de Azevedo. Neste sábado os encontros foram agendados para ocorreremàs 9h00 na Escola Cândido Moura, na Elvira Santos de Oliveira, a partir das 11h00, e na Pedro Ferreira Cintra, às 13h00.
São as pessoas selecionadas para darem o curso, chamadas de ‘oficineiras’, Camila Duarte e Mirela Ferraz, duas profissionais escolhidas a dedo para levar adiante o projeto por causa de sua notória especialização em teatro de rua, conforme antecipou Danilo Lopes.
Segundo Lopes, exceção feita à escola Fenízio Marchini, da Vila de Barão Ataliba Nogueira, todas as demais escolas estaduais que têm Ensino Médio foram contatadas e foram selecionadas aquelas que apresentaram mais interesse e um número maior de estudantes interessados em levar adiante o projeto. Indagado sobre o motivo da preferência por estudantes do Ensino Médio, Lopes disse que “trata-se de uma faixa etária com maior responsabilidade para abraçar um projeto com esta pretensão”.
Os contatos com todas as escolas começaram em fevereiro e foi esta a primeira parte de execução do projeto, que somente com esta iniciativa já começa a atingir seu principal objetivo, que é a formação de público assistente para o teatro. Nos próximos meses esses estudantes deverão dedicar parte do sábado para atuar no projeto e assumir responsabilidades a ele inerente, segundo expectat iva da direção do Talagadá. “Como produto final das oficinas, cada escola desenvolverá um espetáculo teatral que será apresentado na própria escola e no bairro onde a mesma se encontra, trazendo assim um trabalho de formação de público nas regiões periféricas da cidade, bem como a apresentação na mostra estudantil que acontecerá na praça central da cidade. As apresentações estão previstas para o começo do mês de setembro. Além disso, as escolas receberão uma ajuda de custo no valor de R$ 400 cada para serem aplicados na construção desse espetáculo. A mostra estudantil tem uma função clara pra gente no quesito de formação de público na nossa cidade e a possibilidade de um envolvimento de mais pessoas nas discussões e desenvolvimento cultural do município. Nosso objetivo é fomentar o teatro para os bairros periféricos, articular mais pessoas no engajamento das discussões culturais da cidade, desenvolvendo assim novos formadores de opinião”, detalhou Danilo Lopes.
Os oficineiros que desenvolverão o trabalho serão Camila Duarte, licenciada em Artes Cênicas pela Universidade Federal de Ouro Preto-MG. Atuou como bailarina da companhia Passo LivreNúcleo de Dança contemplado pelo programa de fomento à dança para a cidade de São Paulo, entre os anos de 2011 e 2012.Participou como performer do espetáculo Dressingthecitymyheadis a shirt da companhia Alemã AngieHielsProduktion durante a Mostra Sesc de Artes 2012, e Mirela Ferraz, atriz e performer. Mestra em História da Arte e da Arquitetura pela PUC Rio – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e graduada em Artes Cênicas/Licenciatura na Universidade Federal de Ouro Preto. Participou como performer e intervicionista de diversas produções artísticas do coletivo de arte “Liquida Ação” na cidade do Rio de Janeiro. Como pesquisadora desenvolve pesquisas na área de corpo, performance e arte contemporânea. Atualmente desenvolve trabalhos solos que hibridam as fronteiras existentes entre a performance, o vídeo, a poesia e imagem. Paralelamente atua como integrante do Coletivo Fluido.
As escolas contempladas pelo projeto foram EE Benedito Flores (28 alunos); EE Candido Moura (22 alunos); EE Elvira Santos de Oliveira (22 alunos), e EE Pedro Ferreira Cintra (18 alunos). “Iremos alcançar diretamente com o projeto cerca de 90 alunos. As oficinas nas escolas estão acontecendo em encontros aos finais de semana e sempre com três horas de duração. “Mobilizando os alunos sabemos que alcançamos de alguma maneira as famílias e a comunidade do entorno.Está aí o primeiro passo para a formação de público”, reforçou.
Comentários, artigos e outras opiniões de colaboradores e articulistas não refletem necessariamente o pensamento do site, sendo de única e total responsabilidade de seus autores.